Objetivos:
O aluno deverá saber:
*Os mecanismos associados com corte e acasalamento, no caso dos insetos que se reproduzem sexuadamente
*Mecanismos fisiológicos e de corte envolvidos na reprodução
*Mecanismos evolutivos que garantem o sucesso reprodutivo dos insetos
*Determinação do sexo em insetos
* Reprodução assexuada

1. Introdução
O sistema reprodutivo é muito eficiente, haja vista as explosões populacionais. Os insetos possuem vários tipos de reprodução, cada uma delas tem suas vantagens e desvantagens evolutivas.


2. Aproximação dos sexos
* Os insetos se tornam conspícuos quando sicronizam o tempo e local para o acasalamento. Ex. vagalumes, grilos e a cacofonia das cigarras.
* Menos conspícuos com a mesma eficiência. Ex. feromônios.
* Os sinais de atração do sexo oposto geralmente são espécie-específicos

Enxame – mais efetivo para o encontro de parceiros. Ex. poste de luz. Não necessita ser visual, podendo ser odor. Este sistema permite o encontro do casal de modo mais efetivo do que a procura.


* Presença de um tímpano (posicionado em partes diversas do corpo) ex. tíbias em pernas protorácias de ortópteros, protórax de noctuídeos, asas de mariposas
* O som é recebido e transmitido via traquéias.
* Pêlos torácicos de lagartas percebem vibrações de 150 Hz


3. Côrte
* Comportamento de curta distância que induz a receptividade sexual antes do acasalamento.
* Mecanismo para diminuir a atração cruzada – os sinais podem ser movimentos, danças, estimulação o tátil, odores, vibração das asas.
* Somente a sequência correta garante a cópula. Outras espécies falham pela falta de algum detalhe.


4. Seleção sexual
* Sexos são dimórficos – machos adornados com características secundárias relacionadas com a côrte. Ex. chifre em besouros, som em grilos e côr das asas em borboletas.
* Darwin – reconhecimento da seleção sexual que difere da seleção natural porque são características associadas com a competição sexual em vez de sobrevivência. Ex. machos que disputam fêmeas em combates, presente nupcial e odores que indicam a sua qualidade.
* A fêmea é capaz de exercer uma escolha ativa. Diferença entre machos, diferença entre espermas de diferentes machos.


5. Cópula
* Transferência direta de espermatóforo na bursa copulatrix
* Durante a cópula o macho pode transferir substâncias que irão contribuir para a oviposição, repressão da receptividade pela fêmea.


6. Estocagem de esperma, fertilização e determinação do sexo
* Os óvulos maduros recebem o esperma pela micrópila onde se da a fertilização. Existe uma economia e eficiência do uso porque as fêmeas podem estocar esperma por longo tempo e liberá-los pouco a pouco controladamente.
* Glandula espermatecal contém substâncias que nutrem os espermatozoides.
* A determinação do sexo varia em grupos taxonômicos. Esta ligado às características dos cromossomos sexuais.


7. Competição de esperma
* Acasalamentos múltiplos é comum em insetos. Pode ser determinado observando-se o comportamento ou diretamente pela contagem de espermatóforos depositados na bursa copulatrix da fêmea.
A combinação de:
* Fertilização interna
* Estoque de esperma
* Acasalamentos múltiplos
* Sobreposição de ejaculados de vários machosLeva ao fenômeno de competição do esperma que ocorre no momento da fertilização dos ovos no trato reprodutivo da fêmea. As fêmeas, por meio de mecanismos fisiológicos ou comportamentais "escolhem" o esperma a ser usado.* A adaptabilidade reprodutiva do macho reflete-se não pelo número de cópulas, mas sim pelo número de ovos fertilizados.

Esta situação pode levar a dois extremos :
* 1. Alta frequência de cópulas – menos certeza de paternidade
* 2. Substâncial investimento parental – mais certeza de paternidade porém menos fêmeas inseminadas.

8. Oviposição
* Oviparidade – (postura de ovos) A maioria dos insetos se reproduz dessa maneira. As fêmeas depositam ovos fertilizados, e eles completam o desenvolvimento embrionário fora do corpo da fêmea. Neste caso o ovo apresenta reserva nutritiva completa (vitelo) para este desenvolvimento. Os ovos geralmente são depositados em microhabitats muito precisos, muito próximos da fonte de alimento que os filhotes precisarão quando emergirem
* Ovoviparidade – Os ovos são fertilizados dentro do corpo da fêmea, são incubados dentro do trato reprodutivo(contêm vitelo suficiente, sem que a fêmea precise nutrir posteriormente o embrião). O número de filhotes produzidos é pequeno, mas como os filhotes nascem no ponto de começar a se alimentar, a sobrevivência é muito maior. Os filhotes nascem no primeiro estágio..
* Viviparidade – Nesse caso, os ovos são deficientes em vitelo e desenvolvem-se no trato genital da fêmea. A fmea provê um tecido especial semelhante a uma placenta através do qual os nutrientes são transferidos para os embriões em desenvolvimento.


9. Modos atípicos de reprodução
* Partenogênese – Alguns insetos são capazes de se reproduzir sem que haja fertilização. O resultado são indivíduos diplóides quando não ocorre meiose (aphidae) ou quando o corpo polar se funde ao ovo formando o zigoto (lepidoptera). Podem ser formados indivíduos haplóides quando o macho (hymenoptera) ou a fêmea (várias espécies) nascem do ovo não fertilizado. Pode ser obrigatória ou facultativa.
* Telítoca - produção apenas de ovos femininos
* Arrenótoca - ovos masculinos
* Anfítoca - ovos de ambos os sexos
* Pedogênese - Em alguns casos, indivíduos imaturos são capazes de se reproduzirem por partenogênese ou por células não consideradas reprodutivas. Trata-se de um encurtamento do ciclo de vida. É um fenômeno raro.
* Neotenia - Quando um nstar não terminal desenvolve características reprodutivas do adulto, incluindo a habilidade de localizar um parceiro sexual, copular e depositar ovos (ou larvas) de uma maneira convencional denominamos neotenia. Ocorre em todos os membros da ordem Strepsiptera.
* Poliembrionia – Geralmente quando ocorre poliembrionia, ela está associada com oviparidade ou partenogênese. Pode ocorrer de duas formas: numa delas, as células se dividem durante a divisão mitótica, e cada célula dá origem a um indivíduo; na outra forma, ocorrem várias clivagens onde cada uma dá origem a um indivíduo. É bem restrita a vespas parasitas. O número de larvas produzidas é influenciada pelo tamanho do hospedeiro, variando de dez a milhares de indivíduos surgindo de um ovo pequeno e sem vitelo, o que é extremamente vantajoso para a fêmea que tem um gasto de energia relativamente pequeno durante a oviposição.

Porquê estes tipos de reprodução ocorrem? A partenogênese facultativa, e variação no sexo do ovo produzido pode ser uma resposta a flutuações das condições do ambiente como ocorre em afídeos que variam o sexo dos filhos e misturam ciclos partenogenéticos e sexuados de acordo com a estação do ano.